O 33º Encontro dos Médicos das Indústrias de Cubatão ocorre no dia 26 deste mês
A gestão de custos em Saúde dos trabalhadores das empresas e a gestão de Saúde e Segurança do Trabalho para o eSocial do Polo Industrial de Cubatão estão entre os dois temas do 33º Encontro dos Médicos das Indústrias de Cubatão (Emic), dia 26 de outubro, a partir das 8 horas, no Centro de Integração e Desenvolvimento (Cide).
Para o coordenador da Commed, médico Marcelo André de B. Olmos Hernandez, o Emic “é um evento que mantém a tradição e sempre busca inovação em sua programação. São 33 edições que traduzem bem a importância da atuação da Commed no Polo Industrial de Cubatão ao longo doa anos. Sempre buscamos discutir temas atuais e pertinentes não só para a Saúde Ocupacional, mas também aos profissionais de segmentos que interagem diretamente com a área da Saúde”.
A primeira palestra será ministrada pela líder de Gestão de Saúde da América Latina da GE Brasil, médica Marcia Agosti. O principal objetivo é dar visibilidade aos médicos do trabalho do setor industrial da região de Cubatão, sobre o papel da área de saúde corporativa como observadores críticos da qualidade e efetividade dos serviços assistenciais de saúde oferecidos aos trabalhadores e patrocinado pelas indústrias. E avaliar a preocupação do setor com a sustentabilidade do sistema de saúde com o modelo de atenção vigente, frente aos custos crescentes e a percepção de efetividade e valor agregado aos beneficiários do sistema.
Marcia Agosti espera que o tema gere “uma discussão profunda a respeito da posição estratégica da área de saúde corporativa enquanto cliente e observador da efetividade da assistência e o valor agregado ao bem estar dos empregados e suas famílias no cenário de transformação do sistema de saúde suplementar”.
Na avaliação da líder de Gestão de Saúde da América Latina da GE Brasil, “estamos vivendo um momento de profundas transformações no sistema de saúde. Há décadas viemos analisando informações e publicações sobre a evolução inversa entre a efetividade da intervenção assistencial e os custos crescentes do sistema”.
Por isso, ela considera que a reunião colaborativa de todos os participantes do sistema de saúde será o impulsionador das transformações necessárias para garantir um sistema de saúde público e suplementar, que seja efetivo na atenção a saúde e eficaz na prevenção, no tratamento e na reabilitação funcional decorrentes do adoecimento.
“A integração dos diversos participantes do sistema de saúde é a chave para direcionar o equilíbrio do sistema para as pessoas, voltando seu olhar para o seu bem estar, sua percepção de estar bem, seu compromisso e a co-responsabilização sobre sua saúde, bem como com as escolhas individuais ampliando os dias de bem estar e plena capacidade funcional e para o trabalho”. Nesse sentido, a busca por serviços de saúde que demonstrem contribuição efetiva para uma experiência assistencial construtiva, efetiva e resolutiva, segundo a demanda do grupo de usuários que compõem o público a ser assistido, deve ser estimulada, pois para os médicos do trabalho esse é um momento importante. “E para a Medicina, é uma vitória.”
O encontro, realizado pelo Cide e pela Comissão Técnica de Medicina (Commed), reunirá profissionais de Medicina Ocupacional e áreas correlatas como Recursos Humanos, Jurídico, Segurança do Trabalho, Assistência Social, entre outras.
O Emic tem com apoio do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) –Regional de Cubatão e patrocínio da Fundação São Francisco Xavier – Usisaúde. O Centro de Integração e Desenvolvimento (Cide) é uma associação sem fins lucrativos criada há mais de 20 anos. Reúne empresas associadas de grande porte no segmento de base em um Condomínio Industrial em Cubatão, responsáveis pela fabricação de matérias-primas de alta qualidade, cuja representatividade é significativa no Brasil.
Os desafios para a implantação do sistema
O médico Cláudio Patrus de Campos Bello, especialista do Sesi (Departamento Nacional – Unidade de Saúde e Segurança), conduzirá o segundo tema, que explanará os procedimentos da plataforma, cuidados com os segmentos de Saúde, Segurança do Trabalho e outras áreas que são contempladas.
O objetivo da palestra é mostrar para as empresas industriais da região as principais interações entre os eventos de Saúde e Segurança no eSocial (Sistema de Escrituração Digital do Governo Federal), e os desafios que as empresas enfrentarão com a implantação do sistema pelo governo.
Burocracia
“O volume de dados e os procedimentos envolvidos para o cumprimento das determinantes do eSocial exigem dos empregadores um grande esforço para adequação de processos de gestão, implicando integração de áreas, celebração de parcerias, investimentos em sistemas informatizados e contratação de fornecedores qualificados”.
A expectativa do médico é sensibilizar os profissionais envolvidos com o eSocial nas empresas sobre o tema, e mostrar como o Sesi vem trabalhando para auxiliá-lo nesses desafios.
“Atento à realidade e às demandas da indústria nacional, o Sesi criou uma inovadora plataforma de gestão de saúde e segurança de trabalho e promoção da saúde, o Sesi Viva+. A solução tecnológica proporciona ganhos para a indústria e para os trabalhadores ao concentrar a gestão de dados em um ambiente único. O ambiente único de dados de saúde e segurança, e estilo de vida do trabalhador da indústria brasileira, possibilita a geração de informações qualificadas e estruturadas, além de estudos epidemiológicos para apoiar as indústrias na redução de riscos legais, na redução de custos com saúde e afastamentos, na prevenção de acidentes e aumento da produtividade no trabalho”, acrescenta ele.
Apoio do Sesi
O Sesi fornecerá às empresas um sistema com todos os programas legais parametrizados conforme exigências do eSocial, englobando módulos como higiene ocupacional, ergonomia, análise de riscos, saúde e segurança no trabalho.
O médico assinala que, como a maioria das profissões, os profissionais da Saúde e Segurança vivem atualmente um momento de transição e precisam se adequar principalmente às exigências da indústria 4.0 bem como às profundas alterações do futuro do trabalho diante da revolução digital.
“As habilidades exigidas aos empregados vão mudar e consequentemente o impacto nas carreiras dos trabalhadores. Como o trabalho está sendo modificado os riscos a saúde e segurança também serão”.
As inscrições ainda estão abertas na regional do Ciesp-Cide em Cubatão.
Fonte: Jornal A Tribuna – Caderno da Indústria