Em 25 de outubro, o Cide, com apoio do Ciesp Cubatão, reuniu profissionais de Medicina Ocupacional e áreas correlatas do Polo Industrial do município para o 34° EMIC – Encontro dos Médicos das Indústrias de Cubatão.
O evento, idealizado pela COMMED – Comissão Técnica de Medicina Ocupacional do Cide, tem o objetivo de abordar temas atuais sobre Saúde Ocupacional e discutir novas tendências do segmento, que refletem diretamente em demais áreas da indústria. A abertura foi realizada pelo diretor titular do Ciesp Cubatão, Raul Elias Pinto.
A edição deste ano contou com o tema central Saúde Mental, devido ao aumento de casos psiquiátricos na sociedade nos últimos anos, como depressão e ansiedade. Para desenvolver estes assuntos, o EMIC contou com a participação de profissionais do mercado que trouxeram suas perspectivas e debateram os cenários e principais medidas presentes no ambiente industrial.
A manhã contou com uma mesa de debates e quatro palestras: Identificação, triagem precoce em saúde mental no ambiente de trabalho, por Alexander Buarque Costa Cardoso, diretor de Ética da Associação Paulista de Medicina do Trabalho; Case P&G – Gerenciamento de estresse, por Fernando Akio Mariya, gerente médico Brasil da P&G; Atenção integral à saúde mental: o envolvimento das diversas áreas da empresa, por Grácia Fragalá, vice-presidente do Conselho Superior de Responsabilidade Social da Fiesp; e Saúde mental sob a ótica do profissional de enfermagem, por Fernanda Rezende e Eiko Watase, enfermeira e psicóloga da Aché.
Para a coordenadora da COMMED, Trícia Jorge, o evento foi bastante expressivo, devido à alta qualidade técnica dos palestrantes, sendo uma referência para a Medicina Ocupacional da região. “Convidamos profissionais com uma larga experiência técnica, que nos trouxeram ações baseadas em estatísticas diferenciais, contribuindo para ampla visão das empresas para um tema contemporâneo na sociedade”.
“Em relação à Saúde Ocupacional e suas principais tendências, o EMIC é sinônimo de tradição no Polo Industrial e Baixada Santista como um todo. Mais que isso, é um evento que promove a sinergia entre diversas áreas das empresas, sendo este um dos principais pilares praticados pelo condomínio industrial”, complementa Raul Elias Pinto.
O encontro foi patrocinado pelas empresas Fundação São Francisco Xavier, Instituto de Análises Clínicas de Santos e Seconci – Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo.
Palestras e mesa de debate
Alexander Buarque apresentou os principais fatores no trabalho que podem influenciar no adoecimento ou mesmo na recuperação dos empregados na indústria, além de abordar as principais estratégias para a prevenção e detecção precoce dos transtornos mentais no trabalho. Destaca a importância da preparação da indústria para atuar no diagnóstico não só em trabalhadores, mas também em sua estrutura. “É preciso identificar qual o nível de maturidade que empresa tem para desenvolver estratégias no âmbito de saúde mental”.
Grácia Fragalá compartilhou a perspectiva da área de Assistência Social como um diferencial, pois ajuda a empresa a olhar para pontos de vista diferentes dos tradicionalmente verificados pela área médica. “O Serviço Social tem uma visão sistêmica e, devido a este fato, consegue despertar pontos que nem sempre são evidentes para a empresa. A área se dirige a aspectos além dos médicos, como o contexto socioeconômico e cultural, a organização do trabalho e fatores estressores ou de proteção que podem agravar o problema”.
Fernando Akio demonstrou formas de gerenciar o estresse dentro do ambiente de trabalho, como as praticadas na empresa P&G, e cita a Saúde Mental como um problema generalizado na sociedade, não apenas no ambiente corporativo. “É preciso transcender a fase do tratamento de doenças para efetivamente manter a saúde da população. Dentro da indústria, o gerenciamento do estresse também auxilia na melhoria da performance das pessoas e, consequentemente, na produtividade na empresa”.
As representantes da Aché, Fernanda Rezende e Eiko Watase, dissertaram o tema sob a ótica das áreas de enfermaria e psicologia e destacam o primeiro contato com o paciente como fator fundamental para o tratamento da saúde mental. “A enfermagem e psicologia podem detectar precocemente os casos de doenças mentais em pacientes já no primeiro atendimento, assim como têm a oportunidade de desenvolver programas preventivos a partir do primeiro diagnóstico”, enfatizam Fernanda e Eiko.
Veja abaixo algumas fotos do evento: